terça-feira, 14 de abril de 2009

hoje, dia do livro

Havia pensado, inicialmente, de participar de uma blogagem coletiva sobre o livro que foi mais importante na minha infância. Isso seria complicado, aprendi a ler aos 4 anos, aos 5 peguei "O Capital" da estante do meu tio, pensando que era um livro de capitais. Não entendi muita coisa, o que fez com que ficasse mais curiosa e voltasse a folheá-lo por anos.

Gostei muito de ler, em 1995 - aos 11 anos, "Os Mistérios da Casa Cinzenta", que na verdade era do Gabriel. Um livrinho bem legal, que permite ao leitor escolher o desenvolvimento da trama, e seu fim. Ele tinha que ler para escola, e, eu acabei lendo antes dele. Lembro, que em 1996, eu fiz uma releitura para entregar como trabalhinho de Português. Tirei 10 :)

Anos mais tarde, trombei com "Os Noturnos", fase em que eu estava apaixonada pelos lindos vampiros de " A Entrevista com o Vampiro". Dele, roubei uma frase pra minha vida :"O tempo 'e amigo das grandes causas: Alimenta, Alivia, Transforma". Eu tinha 13 anos, era 1997.

Mas, em meio ao tempo, passei grande parte da minha infância em uma biblioteca da minha família-coletivo. Enciclopédias, Literatura, Livros de Ciência. Ao mesmo tempo que eles me fizeram companhia, ressaltavam o tamanho da minha solidão, em uma grande casa, cheia de quarto e de horas intermináveis.

No tempo chamado HOJE, estou trabalhando em um projeto da Editora Moderna, junto com a Bianca Santana, a Mariel, a Mariana, e a Vivianne. Estamos transformando livros didáticos em apresentações para professores. Apesar da intensidade do trabalho, estou gostando bastante. Principalmente pela oportunidade de rever conteúdos e linka-los a fases da minha vida.

HOJE, depois de pegar com a Mariel mais uma parte do material para trabalhar, ganhei um livro. Uma edição especial de Gabriela. Apesar do livro dizer muita coisa, diz ainda mais- pois (no meu caso) pode ser sentido. Também ganhei carinho, de uma cadela preta, que consegue incrivelmente ler minha alma. E, mais uma chance de escrever o que eu quero pra minha vida.

Penso: Todos somos livros-vivos?

Na pagina 119-120, um post-it indica frases sublinhadas:

"
(...)

- Não moço. Sou só no mundo. Meu tio vinha comigo, entregou a alma antes de chegar a Jeremoabo - e riu como se fosse coisa para rir.
(...)

Virou as costas, ia saindo, ouviu a voz atras dele, arrastada e quente:
- Que moço bonito!

Voltou a examina-la, era forte, por que não experimenta-la?
- Sabe mesmo cozinhar?
- O moço me leva e vai ver...
- Quanto quer ganhar?
- O moço 'e que sabe. O que quiser pagar...
- Pra mim, o que o moço disser ta' bom...

(...)

Quando já iam saindo da Estrada de Ferro ele voltou a cabeça e perguntou:
- Como 'e mesmo seu nome?
- Gabriela pra servir o senhor.

1 Comentário:

Anónimo disse...

Oi,

Em poucas horas começará a Blogagem Coletiva - Dia Nacional do Livro - Quem foi seu Monteito Lobato? Peço que , tão logo publique deixe um comentário com o link no post do dia do Fio de Ariadne. Abraço e até lá.

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